13 de maio de 2009

Presença


E me chegas de noite
Quando os ruídos se calam no abandono dos sonhos
Me envolve com tua voz suave de saudade
Me toca na pele, me acaricia as mãos...
Me faz serenar na tua alma cigana de longe
Que não pude tocar de verdade
Mas, estás, estás...
Não quero chorar quando te ouço
Não quero sentir saudades de ti
Ainda ontem reli tuas palavras de amor
E vontade de chorar, tive
O sopro de tuas palavras
O manso carinho da tua voz doce.
Sei que estás
Numa dimensão lejana
Sei que vives ainda
E que, de alguma forma estás aqui
Pude sentir as pétalas de rosas que me enviaste sobre meu corpo
Pude adormecer te ouvindo de longe
Tão perto...
Juízo não tenho para entender
Esse laço que nos atou
Ainda não entendo minha falta de coragem
Que atou meus pés que não me levaram a ti
Ainda sinto essa saudade de ontem
Ainda estou certa de nosso reencontro
Não maldigo tua partida
Pois chegaste nessas paragens estrelares antes de mim
Sim, sei que quando a Lua ilumina meus olhos
Estás também me iluminando
Sei que, em cada taça de vinho que tomo
Me adoças a boca com teu beijo
Sei que quando tomo meu punhal
Um pouco de tua força está nele
Sei que preparas meu leito junto a ti
Mas desconheço minha chegada
E como me doeu tua partida
E ainda me dói
Por vezes choro, por vezes quero esconder de mim essa tua falta.
Tua kalin permanece aqui.
Seguindo, por vezes tropeçando
Tua kalin tem força, amado
Tua kalin aprende diariamente a jogar sal na maldade
A bendizer a boa aventurança
Então,kalón
Aqui me quedo...
Nesta lembrança que me corrói...
Te deixo a rosa dos meus lábios
O perfume dos meus cabelos
O cálido toque de minhas mãos.


Fernanda Luz

Um comentário:

Seguidores