Não sigo teus passos, pois isso me anula a pele.
Te sinto apenas, em branda espécie
Te sinto assim em cada fase de Lua
Te sinto na tempestade morna de teu ser tanquilo
Te sinto assim sem tocar, sem nada
No desmerecimento do abandono
No aconchego da saudade
Mas não sinto saudade
Por ti sinto um encanto
Uma vontade de não ser
Um não beijar
Um não afagar
Inerte, assim, tua
Lânguida
Assim, afastada de mim
Encontrada em ti
Um tua aos poucos
Um pedaço de todo
Mas tua...
Tranquilamente
Corpo morno, alma solta
Um beijo roubado de outono
Uma taça de prazer inerente
Um laço desatado
Um amor assim sem nome
Um encanto silencioso
Um espiar de manso na janela
Se vens, te tomo tranquilo
Imerso nas minhas águas
Desnuda de ventanias
Esquecida de mim, assim...
Ébria de teu calmo desejo
Silenciosa e terna
Como se não quisesse te amar
Desejando sem desejar
Querendo que voltes de longe
Ao menos te sinto perto
Neste frenesi aquático
Minhas águas tranquilas
Um corpo entregue a tua quase presença
Ao teu quase amor
Serena
Celebrando minha essência pura...
Fernanda Luz
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